© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Lula cobra recursos para crédito imobiliário para classe média

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou, nesta sexta-feira (1°), que a equipe de governo e o Banco Central encontrem alternativas de financiamento para o setor imobiliário, em meio a saques da caderneta de poupança, que é a principal fonte de recursos para crédito habitacional no país.

Segundo o presidente, a medida é importante para impulsionar as contratações pela classe média, no âmbito de Minha Casa, Minha Vida .

“Nós fizemos uma reunião, dois meses atrás, em junho, e decidimos apresentar o maior programa habitacional da história deste país. Não só casa para os pobres, mas casa para classe média. Casa para um cidadão que trabalha, que ganha até R$ 12 mil, esse cara também tem direito a casa”, disse Lula durante cerimônia de entrega do Minha Casa, Minha Casa, no Palácio do Planalto.

“Nós fizemos a reunião dia 24 de junho, me pediram 30 dias para apresentar a proposta definitiva. De 24 de junho, passamos para 24 de julho, já estamos no mês de agosto. Então, tanto você, Jader [Filho] quanto o Carlos [Vieira], a Inês [Magalhães], o Rui Costa e o presidente do Banco Central me devem uma resposta”, cobrou.

Lula citou os ministros das Cidades, Jader Filho, e da Casa Civil, Rui Costa; o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira; a vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães; e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

No acumulado de 2025, a caderneta já teve resgate líquido de R$ 49,6 bilhões .

A caderneta de poupança teve entrada líquida de R$ 2,1 bilhões em junho.

Este é o segundo mês seguido de resultado positivo na poupança, após os quatro primeiros meses do ano de retiradas. No acumulado de 2025, a caderneta tem resgate líquido de R$ 49,6 bilhões.

Em 2023 e 2024, as retiradas líquidas da poupança foram R$ 87,8 bilhões e R$ 15,5 bilhões, respectivamente. Entre as razões para os saques está a manutenção da Selic – a taxa básica de juros – em alta, o que estimula a aplicação em investimentos com melhor desempenho.

Limites

De acordo com o ministro Jader Filho, uma das sugestões é a liberação dos depósitos compulsórios da poupança.

Hoje, o Banco Central exige dos bancos o recolhimento compulsório de 20% sobre os recursos de depósitos de poupança. A ideia é que o percentual seja reduzido, o que liberaria mais recursos para o crédito imobiliário.

Nesse sentido, para Jader Filho, 80% do dinheiro deve ser direcionado, exclusivamente, para contratos de habitação e com limite na taxa de juros. “Eu já disse isso ao presidente Galípolo, na última reunião que tivemos, que o Ministério das Cidades compreende que tem que ter essas duas condições para que a gente possa fazer esse lançamento. Ou a gente lança desse jeito ou a gente não deveria lançar, se não tiver essas duas travas”, destacou.

“Os juros não podem ficar liberados para que esse recurso possa ser dado, porque nós temos que entender que temos um foco na questão da habitação. Nós temos que buscar a classe média que tem, hoje, dificuldade de alcançar financiamento […], estão faltando recursos para financiamento para classe média”, acrescentou.

Segundo o ministro, um novo diálogo deve ser estabelecido com o Banco Central, em reunião com a participação do presidente Lula e do presidente Galípolo. “O foco desse recurso, já que é um recurso limitado que nós temos hoje, que ele seja liberado para a habitação, e não para outras frentes como, por exemplo, construção de shopping centers e outros empreendimentos”, argumentou Jader.

Novas entregas

Lula participou da cerimônia de entrega simultânea de 1.876 residências do Minha Casa, Minha Casa em seis cidades das regiões Norte e Nordeste. Foram entregues empreendimentos em Pojuca e Paulo Afonso, na Bahia; Horizonte, no Ceará; Açailândia, no Maranhão; Teresina, no Piauí; e Chapada de Areia, no Tocantins.

As habitações entregues no Ceará são as primeiras contratadas e entregues no terceiro mandato do presidente Lula, já nos novos moldes: residências melhores com varanda, em condomínios mais bem localizados e com equipamentos públicos como bibliotecas .

“O povo só quer ser tratado com dignidade. Então, se o cidadão tiver uma casa, perto da casa tiver uma escola, tiver um comércio pra comprar as coisas dele, se tiver um ponto de ônibus para ele poder ir para a cidade, se tiver o poder público com saúde lá, com creche… Como é que as companheiras mulheres vão trabalhar se não tiver uma creche para as crianças ficarem?”, argumentou Lula.

“O valor da casa para um pobre é muito grande. É a segurança que a gente quer na vida. E é por isso que temos esse compromisso de fazer casa, é por isso que a Caixa tem que colocar tudo que for dinheiro possível para a gente fazer. É por isso que o Jader vai ter que trabalhar mais”, cobrou novamente Lula.

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